quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Capítulo 3 – What's McFly?!

Abril de2007

- E aí, foi bem na prova de química?! – Lua perguntou com um risinho sarcástico.
- Ao contrário do que você pensa, eu não fui muito bem. – Sophia estava nervosa e bateu a porta do armário da escola, onde acabara de guardar alguns livros.
- Não aconteceu mais nada depois daquele dia na festa, não é?
- Pior que não... Mais de um ano que ele foge de mim que nem cascão da chuva!
- E logo na matéria dele você pega e vai mal...
- O pior é que não dá pra entender como eu fui tão mal assim nessa prova! Estudamos juntas, estudamos pra caramba, lembra?

- Lembro... Acho que você vai pegar recuperação, ou aulas de reforço, sei lá...
- É, tô mesmo ferrada... Mas deixa pra lá! E aí, já foi conhecer o namorado da sua mãe, como é mesmo o nome dele, Renê?
- Nada a ver! É Robert! R- o- b- e- r- t! Eu fui sim, ele é legal. É viúvo e tem duas filhas. Uma é da nossa idade, se chama Rayana e a outra é um ano mais nova, se chama Mel.
- E o que você achou deles todos?
- Assim, a primeira vista eu gostei de todo mundo!
- Que bom! E o seu pai como está?
- Hoje faz uma semana que ele foi morar no Canadá...
- Ah, não faz essa carinha triste não. Lembra que pelo menos você vai ter um lugar pra ficar se um dia resolver conhecer a terra da Avril Lavigne!
As duas já estavam próximas da saída quando Lua sentiu um cutucão no ombro.
- Você é a Lua do segundo ano, né? Pediram pra te entregar. – Um menino que parecia novinho, com uns treze anos, entregou um pequeno papel dobrado à ela e saiu. As duas se entreolharam, já desconfiavam de quem seria.

Outubro de 2007

- Não vejo a hora de terminar a escola! – Lua largou a mochila num canto da mesinha da sorveteria e sentou-se.
- Também! E quando eu não estudar mais lá, eu e Chris vamos poder assumir o namoro à vontade!
- O negócio está ficando sério, hein... Hoje vocês se encontraram escondidos de novo?
- Sim! Sabe aquela sala que guardam umas coisas velhas e ninguém vai porque todo mundo diz que já encontraram o corpo de uma mulher lá dentro?
- Sei, nunca fui lá mesmo!
- Então... Ele me levou lá hoje!
- Sério?! É muito assustador lá?
- Que nada menina! Só o caminho pra chegar lá que é meio feio, tem que subir umas escadas e tal... Mas entrando lá é uma sala normal com alguns materiais velhos das aulas de educação física num canto e uns objetos quebrados do laboratório de química no outro e tem até um sofá!
- Sei... sofá! Então vocês ficaram ali só no sofazinho, huh!
- Não pense besteiras, sua perva! Não fizemos nada demais! Ele foi um fofo, me pediu desculpas por termos que ir naquele lugar, mas disse que me chamou ali porque não agüentava mais de saudades e o fim de semana está muito longe...
- Quem diria que aquelas aulas de reforço duas vezes por semana iam dar nisso, han!
- Pois é, eu ainda não acredito... Quando ele me confessou eu fiquei puta! Corrigiu minha prova errada só pra eu ser a única da sala a precisar de aulas de reforço! Mas depois eu perdoei, já que ele disse que não ia deixar minha nota ficar prejudicada e que só fez aquilo pra ficar perto de mim! – Sophia contava e seus olhos brilhavam cada vez mais.
- É... A história de vocês é mesmo incrível.
- O que foi? Te achei meio distante agora!
- Não, é que eu estava pensando... Semana que vem, dia 28, faz quatro meses que Peter me pediu em namoro!
- Own que lindo! O que vocês estão pensando em fazer?
- Eu ainda não sei, preciso pensar em algo legal!
- Lu.
- Diga.
- Assim... Lembra que você era vidrada no Arthur, e... tipo...
- Sei, você está querendo perguntar se ainda lembro ou gosto dele?
- Uhum.
- Arthur é passado Soph. Faz muito tempo que não tenho nem notícia dele. E o Pete é muito especial, eu não ficaria com ele gostando de outro.
- Que bom amiga! O Pete é bonito e romântico! Lembra quantos bilhetinhos ele te mandou ano passado, até descobrirmos que era ele e vocês começarem a ficar!
- É... Ah, mas mudando de assunto, daqui algumas semanas vai ser a festa de aniversário da Mel. Você vai, né? Olha, já tem um tempão que eu tô te avisando e você não disse nada!
- Ai, não sei... Eu só vi essa menina um dia, no casamento da sua mãe com o Robert.
- E o que é que tem?! Aproveita pra conhecer mais, ela é tão legal.
- Mas eu não conheço o jeito dela, não sei o que dar de presente!
- Eu conheço um pouco... Posso ir com você comprar o presente, vai ser divertido!
- Hum... Ok! Vamos amanhã a tarde então?
- Por que não pode ser hoje? Já estamos aqui na sorveteria mesmo...
- Prometi pra minha mãe que ia chegar cedo hoje...
- Hum... Então tá bom amanhã. – Lua fez uma pausa enquanto olhava pela janela da sorveteria e saboreava seu sorvete de chocolate. Quando voltou a ter a boca livre pra falar, lembrou de uma coisa – Soph, sabe quem vai sair de Bedford pra vir na festa da MEL?
- Hum? – Soph virou pra ela como se estivesse despertando de um transe.
- Micael.
- Seu primo?
- É!
- Ahn...
- Ele vai vir pra conhecer mais as novas primas que ainda não teve tanto contato, mas principalmente pra te ver!
- Me ver pra quê?!
- Já faz um tempo que ele não aparece por aqui, falou que estava com saudades da gente, ué! E você sabe que ele gosta de você!
- Não viaja Lu... – Sophia sorriu e passou a mão pelo cabelo, ela sempre ficava um pouco ansiosa ao falar do primo da Lua.
- Ele está com uma banda!
- Ah é? Que instrumento ele toca?
- Cabeça de pudim! Esqueceu que da última vez que fomos na casa dele ele tinha comprado um(a) bateria e estava aprendendo a tocar?!
- Ahn é verdade... Tinha esquecido, deve ter uns quinhentos anos isso!
- Pois é, ele já deve estar tocando super bem!
- Hum… bateristas costumam ser sexys!
- Gosto dos guitarristas!
 - Rá! Você diz isso só por que Arthur tinha uma guitarra! Depois diz que não esqueceu dele...
 - Nada a ver! Você gosta do Micael por acaso? Ele tem uma bateria e você vive dizendo que não gosta dele... A não ser que você esteja mentindo!
- Eu não tô mentindo! Não sou a fim dele mesmo!
- Então eu também não tô mentindo!
- Certo, que seja... Como chama a banda do seu primo?
- McFly!
- Tem a ver com o McDonald's?
- Também perguntei isso quando ele me contou! Mas não é não, tem a ver com um filme onde tem um cara chamado Marty McFly.
- É em De Volta pro Futuro?
- Uhum... Esse filme me faz lembrar do meu pai, quando eu tinha uns nove anos, quase todo sábado assistíamos... Falei ao telefone com ele hoje, vai se casar ano que vem com uma canadense, Keleitha.
- Você gostaria que ele e a sua mãe voltassem?
- Sinceramente? Não. Ela está muito mais feliz agora e eu tenho que reconhecer que ele foi um canalha com ela... Enganou a pobrezinha durante seis anos com uma amante ordinária, safada e vagabunda filha da mãe que depois ele largou também!

Dias atuais. Bedford. Casa do Micael.

- Sinceramente? Não acredito que isso exista! – Chay falou jogando uma bolinha de ping-pong pro teto.
- E por que você acha que tantos casais ficam juntos? – Micael ergueu uma sobrancelha.
- Porque eles são pacientes! Sério cara... Eu acho que amor é uma coisa que Deus inventou só pros seres humanos se reproduzirem. – Chay ainda brincava, mas deixou a bolinha cair no chão – Podemos dormir com milhões de mulheres e ter as mesmas sensações com todas.
- Diz isso porque nunca amou... Você é um fútil, dude! – Arthur riu e deu um tapinha nas costas dele.
- A diferença está aí! Não se resume a apenas isso, a hora da transa, a diferença está no que acontece depois. – Micael falou com cara de sábio.
- O que? Quando viramos pro lado e dormimos? – Pedro perguntou como se fosse óbvio.
- Não exatamente... Por acaso Chay, quando você leva pra cama uma garota que conheceu na boate, e sem mais nem menos acorda enquanto ela ainda dorme, gosta de ficar observando a garota dormir, como se aquela fosse a paisagem que você sempre quis ver na vida? – perguntou Micael.
- Claro que não! Por que eu vou olhar uma pessoa que está de olhos fechados, sem fazer nada e provavelmente babando no meu travesseiro?!
- Humpf... Como imaginei. – Micael suspirou rolando os olhos e voltou a encarar Chay – E por acaso você já acordou antes dela numa manhã e sentiu uma vontade incontrolável de trazer um café pra ela?
- Não... Senti uma vontade incontrolável de acordá-la pra ela ir embora e eu poder ir pra gravadora!
- Desiste Micael! Pedro e Chay não têm sentimentos e nunca amaram uma criatura sequer! Eles não devem conseguir dizer 'eu te amo' nem para as mães deles! – Arthur riu e tomou um gole de Gatorade.
- Não é verdade! – Pedro cruzou os braços indignado – Não sou nenhum sem-sentimentos! E você, está falando o que aí? Nunca te ouvi dizer que ama Delilah!
- Ahn... A Lilah é legal e hot! Gosto dela, mas é outra coisa, dude. Amei uma garota e pensava nela a cada segundo... Mesmo que indiretamente, tudo que eu fazia era por causa dela, pra agradar, pra impressionar, pra chamar a atenção... Sabe, é como pegar um ‘gostar’ e multiplicar várias vezes!
- Nossa! Pra ele ficar assim, ela deve ser várias vezes mais gostosa que a Lilah! – Chay deu uma cotovelada em Pedro, que concordou sorrindo idiotamente.
- Vocês não entendem! – Arthur jogou uma almofada em cada um, Micael só assistia, bebendo cerveja. – Não gira tudo em torno da forma física, saca? Isso é só uma casca... concordo que no caso daquela garota, era uma casca muito, muito boa! Mas isso não vem ao caso porque não é o mais importante, entendem?
- Não. – Pedro e Chay se entreolharam e responderam juntos.
- Esquece eles! São uns insensíveis, mas ainda vão aparecer mulheres que darão jeito nesses cavalos! E um dia eles vão concordar conosco em tudo o que dissemos agora! – Micael olhou pra Arthur, que afirmou com a cabeça – Mas mudando de assunto, preciso ligar pra minha prima! A minha mãe quer que chame as três pra passar férias aqui!
- Hmm, as primas! – os outros três se entreolharam com risinhos safados e Chay desenhava com as mãos no ar o contorno de uma silhueta feminina.
- Parem com isso, seus animais! – Micael pegou bolinhas de ping-pong, raquetes e tudo mais que estava em cima da mesinha pra tacar neles – Mais respeito, ok? Não esqueçam que eu vou matar o primeiro que sacanear uma delas!
- Sossega, dude! Só estamos zoando!
- Acho bom Aguiar! – Micael apontou pra eles e virou de costas. Instantaneamente os três voltaram a sorrir – E tratem de apagar esses sorrisinhos bestas que eu sei que estão dando!


- Alô. – Lua precisou atender, estava sozinha em casa e teve de disfarçar a voz de choro.
- Lu? Tudo bem?
- Sim. É o Micael?
- Não, é a rainha... Claro! Pára de me enganar Lua, eu te conheço, você está chorando! O que foi que te fizeram?
- Ah Micael, por que você tem que ser tão esperto, hein? – agora ela parou de disfarçar e deixou a voz triste sair.
- É de família... Mas me diz aí vai, o que te deixou assim?
- O Pete... Lembra do meu namorado, Peter?
- Sim, vocês brigaram?
- É, na verdade terminamos...
- Por que? O que aconteceu? Fala logo!
- Lembra que ano passado ele foi estudar em Oxford, e que continuávamos nos vendo só em alguns finais de semana?
- Uhum.
- Então, chegou uma carta aqui ontem... Eu estranhei ele ter mandado carta ao invés de e-mail como sempre, mas aí eu li e tipo ele estava contando que não dá pra continuarmos porque ele está gostando muito de uma colega da sala dele e tinha até um CD no envelope com algumas fotos e gravações deles dois se divertindo num parque.
- Mas que filho da mãe!
- Nem me fale... Quem ele pensa que é? Por que ele precisava esfregar na minha cara que está com outra e mandar até vídeos deles felizes juntos? Será que ele não pensou em como eu ia me sentir?!
- Claro que não, claro que não pensou! Mas calma guria, esquece essa biba! Você podia vir aqui pra casa, eu te liguei justamente pra isso, te convidar pra passar as férias aqui, já que o McFly também ganhou uma folguinha de presente!
- Será Micael?! Hm... Não sei.
- Por que não?! Vai ser divertido e você aproveita pra sair dessa fossa que o idiota do Peter te deixou!
- Vou pensar Micael, amanhã te ligo. Beijo!
- Certo, beijos e melhoras.

Micael desligou e voltou pra sentar no sofá, empurrando antes os pés de Arthur que estavam em cima do acento.
- Que houve com a sua prima? – Arthur perguntou se ajeitando no sofá depois de quase ter caido.
- O namorado terminou com ela.
- Qual delas era ao telefone? Não me lembro de nenhuma delas dizendo que tinha namorado! Elas mentiram? – Pedro ficou confuso.
- Não, inteligência! Acontece que você não conheceu essa que eu conversei agora! Se chama Lua e não veio junto com as outras duas no réveillon porque tinha viajado, justamente pra ficar com esse namorado, o Peter, que está em Oxford.
- Ahn sim, você já tinha falado da Lua. – Chay lembrou.
- Pois é... Ela não merecia isso! O cara terminou com ela sem mais nem menos, pelo que eu entendi. – Micael falou cabisbaixo e Pedro o olhou com um sorriso malicioso.
- Micael... Me diz uma coisa, você e ela já... err... você sabe, deram uns pegas?
- Que pergunta é essa Cassiamo?
- Sei lá, só pra saber... Mas e aí?
- É, já... Pra falar a verdade, minha primeira vez foi com ela – Micael falou naturalmente e todos o encaravam com a boca aberta. Micael começou a rir e tacar mais coisas neles, que se defendiam como podiam.
- Claro que não, suas hienas gays! Não foi com ela e nunca tive nada com ela se querem saber! – ele gritava e ria ao mesmo tempo.


Enquanto isso, Lua deitou no sofá depois de ter desligado o telefone e Mel chegou em casa cheia de sacolas.
- Oi MEL, como foram as compras?
- Ótimas! E você, andou chorando ainda? Calma, porque vai passar, tá bom! Ele é só um idiota que não te merece... Mas olha! Dá uma olhada nisso que comprei pra você! – MEL estendeu uma sacola pra ela, dentro tinha um vestido azul claro, que Lua desdobrou e ficou alguns segundos admirando.- Quando eu vi na vitrine, tive que comprar! Achei a sua cara! O que achou?
- Caramba MEL! Ele é lindo! Obrigada! – Lua começou a pular e deu um abraço na irmã. É, elas se chamavam assim, mas na verdade eram amigas.
Minutos depois, Rayana também chegou. Ela tinha ido apenas à locadora. Quando as três estavam reunidas, Lua perguntou sobre as férias de julho que já começavam à partir da próxima semana.
- Meninas, o que vocês acham de passar as férias em Bedford?
- Na casa do Micael? – Ray perguntou sentando no sofá.
- É, ele ligou agora pouco convidando. – Lua sentou ao lado dela e pegou o controle da TV, que estava no chão, pra por em cima da mesinha.
- Olha, podia ser legal! Fomos lá no fim do ano passado pro réveillon, lembra Ray?
- Lembro! Foi muito bom, conhecemos os caras da banda do Micael! Pena que você não foi Lu!
- É, viajei pra passar o réveillon com o... Peter. Já faz anos que não vou ver o Micael porque ele está sempre em turnê e eu sempre com aquele imbecil! Nem acredito que não fui capaz de pelo menos conhecer a banda do meu primo enquanto perdia meu tempo com Pete!
- Ah, não volta a lembrar dele não! – MEL falou também se sentando no sofá – Você ainda não conheceu os colegas de banda do Micael, eles são lindos, aposto que você vai gostar de algum deles!
- Uhum! Só evita gostar do Chay... – Ray olhou pra MEL e deu risada. – Senão a MEL é capaz de te jogar pela janela!
- Hum... Então é assim, fica apaixonada e nem me conta nada?! Já pensou se a Ray não me avisa e eu chego lá e gosto justamente desse tal de Chay?
- Essa menina está inventando, você não sabe que ela é uma paranóica? – MEL estava visivelmente irritada e jogou uma almofada na irmã.
- Ah! Eu inventando?! EU? Me diz se eu inventei todas as 50 mil vezes que você disse que ele estava lindo!
- Ok! Eu confesso, ele é mesmo lindo, gostoso, hot, é o cara mais sexy da face da Terra, mas nós não passamos de amigos!
- Sei... Isso porque só ficamos lá uma semana! Queria ver se fosse mais!
- Claro que não, larga de ser retardada... Não quero nada com ele. Você e a Lua podem ficar com ele esse mês todinho que eu não ligo.
- Não, muito obrigada, não estou a fim de ser jogada pela janela, a casa do Micael é alta demais! Quem sabe uma outra vez... – Lu levantou as mãos à altura dos ombros.
- Ah não... Agora que eu lembrei! – Ray falou se levantando e apontando o dedo pra Lua – Tem um lá que combina muito com você e não é o Chay!
- É mesmo, e é lindo! – MEL balançava a cabeça freneticamente, mas depois parou e fez uma cara desanimada – Ahn, mas ele tem namorada!
- Ah, é verdade. A garota enjoada! – Ray fingiu que ia vomitar
- Como é o nome dele? – Lua quis saber.
- Ai... – Ray levou a mão à testa. – Não tô lembrando... Ajuda aí MEL, como é o nome dele mesmo?!
- É Arthur, retardada! – MEL jogou outra almofada em Ray, que não conseguiu escapar, então já ia jogar de volta quando Lua entrou em choque.
- Arthur?! Você disse Arthur?!
- Disse ué... Por que?
- É que eu... eu... – ela começou a gaguejar [n/a: 0o que fraqueza!] – É que eu amei muito um menino que tinha esse nome.
- Aah Lua, fala sério! – Ray e MEL gritaram quase juntas e jogaram almofadas nela.
- Quantos Arthurs você acha que existem por aí?! – Ray falou se jogando no sofá novamente, quase em cima de sua irmã, que lhe deu um tapa no ombro.
- Ah, eu sei lá, é que quando vocês falaram de repente eu me assustei, mas tudo bem, já passou!
Elas ficaram em silêncio por alguns instantes e logo MEL olhou pra Lua e perguntou pensativa: – E o Micael, Lua?
- Como assim, o que tem o Micael?
- Como 'como assim?!'? Tô perguntando se você e ele já... Você sabe, tiveram alguma coisa, alguns pegas sei lá!
- Alô?! MEL, ele é meu primo!
- Por isso mesmo, oras! Contato constante, desde crianças, ele um cara lindo, etc e tal... Normal você e ele se amassarem de vez em quando!
- MEL! – Lua arregalou os olhos, sorriu e cruzou os braços – Tenho medo de você, sabia? Principalmente depois dessa! O Micael é como um irmão pra mim! Ele é lindo mesmo porque puxou a mim! – Nessa hora levou mais uma almofadada de Ray, que protestou.
- Se ele é mais velho que você como pôde ter puxado a você mongol?
- Ah, você entendeu o que eu quis dizer! Mas como eu ia explicando, nunca passou pela minha cabeça de ficar com o Micael porque ele é o irmão que eu não tenho! Mas vem cá... Por que esse interesse subto no meu primo, hein? Posso saber qual das duas senhoras é a fim dele?
- A MEL não é porque como eu disse, ela só gosta do Chay! Já eu, bom não fiquei a fim de nenhum deles naqueles dias mas ficar com o Micael não seria nenhum sacrifício!

Enquanto Ray falava tudo isso, Mel olhava pra ela com uma pontinha de raiva. Não queria ficar ouvindo toda hora que ela tinha gostado do Chay porque realmente não queria acreditar nisso.

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