quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

25º Capitulo - Addicted

O final de seana chegou mais rápido que o esperado, eu ainda estava em duvida se ia ou não na festa, já que eu mal fui convidada. Se Sophia não tivesse comentado sobre ela na presença do Arthur aposto que ele nem teria tocado no assunto e muito menos falado “você vai, Lu?” com um sorriso forçado no rosto. Ainda bem que eu já tinha desistido de tentar entender o que se passava na cabeça dele.


‘Ainda não tá pronta?’ Sophia me olhou de cima a baixo quando eu atendi a porta. Faltava menos de uma hora pra festa começar, os meninos já tinham ido desde cedo para passar o som e ajeitar os últimos detalhes.
‘Eu não sei bem se vou.’ Falei fazendo cara de criança e ela gritou.
‘CLARO QUE VAI!!’ Sophia entrou em casa batendo a porta e me puxou pro quarto. ‘Lua Blanco, vá tomar banho enquanto eu separo uma roupa. AGORA!’ Ela gritou e eu arregalei os olhos, mais um pouco e ela me engolia viva!
‘Ok, to indo, to indo!’ Dei uma risadinha sem graça e entrei no banheiro correndo. Sophia me dá medo, fato. Nem demorei muito no banho, sabia que a qualquer momento Soph podia esmurrar a porta e me tirar de lá pelos cabelos.

‘Escolhi essa roupa, vê se você gosta.’ Ela falou num tom completamente calmo quando eu saí do banheiro. A olhei estranhando e percebi que ela estava um pouco nervosa.
‘O que houve?’ Perguntei vestindo a calça preta justinha que ela tinha separado. Ela mexeu a cabeça negativamente sem me olhar e então tive certeza que estava acontecendo alguma coisa. ‘Sophia, o que aconteceu?’ Sentei cruzando as pernas de frente pra ela na cama.
‘Lu, eu... eu preciso te contar uma coisa.’ Ela suspirou e eu senti meu corpo inteiro gelar. ‘Espera.’ Ela se levantou e foi até a porta, fechando-a. Ela voltou a se sentar em minha frente e eu já estava até tremendo. ‘Você tá calma?’ Ela perguntou meio em duvida.
‘Sophia, fala logo antes que eu perca o resto de calma que ainda tenho.’ Falei baixo respirando pausadamente.
 ‘É sobre a Perola.’ Ela mordeu o lábio me olhando e eu arqueei a sobrancelha. Como assim sobre a Perola? Ela disse que nem a conhecia.
 ‘O que tem a tal Perola?’ A olhei franzindo a testa e Sophia respirou fundo olhando pras próprias mãos.
 ‘A Perola, bem, erm...’ Ela parecia medir as palavras e eu sentia meu coração ir congelando aos poucos. ‘Ela e o Arthur estão ficando.’ Senti meu coração congelar completamente, era como se todos os meus órgãos tivessem parado de funcionar e eu não conseguisse sentir nada. ‘Lu, desculpa! Eu não queria ter que te falar isso, desculpa.’ Sophia falou baixo me abraçando e eu nem me mexi, a única coisa que consegui sentir naquele momento foram as lágrimas caindo insistentemente dos meus olhos. ‘Lu, fala alguma coisa, pelo amor de Deus!’ Soph pediu baixo segurando meu rosto. Eu apenas balancei a cabeça e cobri meu rosto com as mãos evitando que o som do meu choro ganhasse o quarto.
Sophia me abraçou mais uma vez e ficou passando as mãos por minha cabeça como se eu fosse uma criança com medo do escuro.

‘Soph...’ A chamei baixinho minutos depois. Eu estava com a cabeça em seu colo e ela brincava com meus cabelos.
‘Oi.’ Ela sorriu fraco me olhando e eu me sentei novamente de frente pra ela.
 ‘Você sabia disso desde aquela vez que eu comentei sobre a ligação da Perola?’ Perguntei já sabendo a resposta. Sophia confirmou balançando a cabeça.
‘Desculpa, Lu. Eu não sabia como te contar isso!’ Ela pegou minhas mãos e me olhou séria. ‘Eu ouvi sem querer uma conversa do Arthur e do Micael.’
‘Tem muito tempo... que eles tão ficando?’ Engoli seco com medo da resposta.
‘Parece que tem quase um mês.’ Ela respondeu em meio a um suspiro e eu senti uma pontada no peito.

‘Lu?’ A voz de Arthur surgiu do outro lado da porta e eu olhei assustada pra Sophia, que retribuiu o olhar da mesma forma. Peguei a blusa que estava em cima da cama e corri pro banheiro encostando a porta. Ouvi Arthur entrando no quarto e me olhei no espelho percebendo meus olhos completamente vermelhos e meu rosto inchado.
‘Ela tá no banheiro!’ Soph falou enquanto eu passava uma água pelo meu rosto tentando amenizar a situação.
‘Ah, ok! Eu vim só pegar uma coisa que eu esqueci.’ Silêncio por alguns minutos. ‘Bom, tenho que voltar, daqui a pouco a festa começa. Vocês querem carona?’ Abri a porta do banheiro e vi que Sophia estava abrindo a boca pra falar alguma coisa.
‘Não precisa.’ Sorri o mais falsamente que pude e Arthur me olhou estranho. ‘Eu só vou terminar de me arrumar e nós vamos, né Soph?’ A olhei e percebi sua cara de espanto, mas mesmo assim ela concordou balançando a cabeça.
‘Ahn, ok.’ Arthur respondeu passando a mão pelo cabelo ainda com cara de quem não estava entendendo nada. ‘Até mais.’ Ele sorriu fraco e eu continuei com meu sorriso falso.
‘Não entendi nada!’ Sophia riu.
 ‘Eu não vou me render fácil assim, Soph. Não vou!’ Falei decidida entrando no banheiro e pegando meu kit de maquiagem. ‘Não vai ser umazinha qualquer que vai entrar no meio do meu relacionamento de mais de dois anos, não vai ser uma tal de Perola que vai roubar o cara que eu amo de mim!’ Comecei a me maquiar com uma certa raiva e ouvi as palmas de Sophia.
‘Gostei, finalmente né, tapada? Precisou ele pegar outra pra sua ficha cair!’ Ela se encostou na porta do banheiro e eu sorri.


‘Preparada?’ Sophia me olhou sorrindo quando estávamos paradas em frente à casa onde seria a festa. Eu balancei a cabeça confirmando e caminhamos pelo jardim entrando pela lateral da casa que já estava cheia.
‘Yay!’ Micael sorriu caminhando até nós duas. ‘Pensei que não viessem mais!’ Ele deu um beijo em minha testa e depois um selinho em Sophia.
 ‘Ná, só um pequeno atraso pra vocês sentirem nossa falta!’ Brinquei e Micael riu alto. ‘Então, que horas vocês vão tocar?’ Falei percorrendo os olhos pela casa. Meu coração estava completamente acelerado, ao mesmo tempo em que eu desejava ver Arthur por ali, tinha medo de vê-lo com a tal Perola.
‘Daqui a uma hora mais ou menos. Vocês querem ir lá pros fundos? Os meninos estão lá, eu só vim pegar bebida!’ Ele levantou uma garrafa de cerveja e nós rimos.
‘Vamos!’ Soph pegou na mão de Micael e entrelaçou o braço no meu sorrindo. Respirei fundo enquanto caminhávamos passando pela sala e pela cozinha da casa.

‘MULHERES!!’ Micael gritou quando chegamos ao jardim.
Olhei pra mesa e percebi que não tinha nenhuma garota por perto, apenas Arthur, Pedro, Chay e mais dois meninos.
‘Dudes, essa é a Sophia, minha namorada, e essa é a Lu!’ Ele nos apresentou para os dois garotos que sorriram. ‘Meninas, esses são James e Charlie.’ Micael apontou primeiro para um garoto de cabelos claros e um dos sorrisos mais lindos que eu já tinha visto, e depois para um de cabelo espetadinho.
Nos sentamos e ficamos observando os meninos conversarem animados sobre alguma musica que eles estavam escrevendo. Olhei rapidamente pra Arthur que por coincidência, ou não, me olhou na mesma hora. Ele sorriu fofo e eu pra variar sorri também, odeio nunca resistir ao sorriso dele.

‘Hm, parece que o tal James gamou em você!’ Sophia me olhou sorrindo e eu olhei sem entender. Ela discretamente indicou com a cabeça para o garoto que estava logo na minha frente e eu vi que ele sorria pra mim. Senti meu rosto queimar e sorri fraco completamente sem graça.
‘Vamos pegar alguma coisa pra beber?’ Me virei pra Sophia e ela concordou.
‘Tá fugindo do bonitinho é?’ Sophia me cutucou quando entramos na cozinha.
‘Pra quê eu iria fugir? Seria mais prático eu dar mole pra ele e ver se o Arthur fica com ciúme.’ Dei de ombros.
‘Claro que fica. Ele te ama!’ Soph falou pegando duas cervejas no freezer.
‘Ah sim, ama tanto que tá ficando com outra. Que singela essa forma de demonstrar que me ama!’ Fiz uma cara idiota e ela riu. ‘Por sinal, de quem é essa festa?’ Perguntei percebendo que estava na casa de um completo estranho e nem sabia quem estava dando a festa.
 ‘Do irmão da Perola.’ Sophia sorriu sem graça e eu engasguei com a cerveja. Ela correu pra bater em minhas costas e eu senti meu olho arder.
‘Como assim eu to na festa do irmão da minha suposta concorrente?’ Eu praticamente gritei recebendo olhares estranhos de algumas poucas pessoas que estavam por ali.
‘Sh, cala boca, demente!’ Sophia me deu um pedala. ‘Eu só soube disso hoje também. Que seja, vamos voltar pra mesa.’ Ela me puxou pelo braço antes que eu conseguisse dizer mais alguma coisa.
Quando estávamos nos aproximando da mesa eu puxei o braço de Sophia com força e ela me olhou sem entender. Apontei discretamente pra mesa onde uma garota de cabelos escuros conversava com Arthur, os dois sorriam e pareciam estar alheios a conversa que os outros meninos estavam tendo na mesa.
‘Eu não sei se consigo.’ Falei baixo sem desviar os olhos dos dois e Soph pegou minha mão.
‘Claro que você consegue. Com quem o Arthur tem um filho, Lu?’ Ela me olhou séria e eu fiquei calada. ‘Com quem, Lua?’ Ela perguntou de novo.
‘Comigo.’ Falei baixo.
‘Quem é a garota que ele diz ser a mamãe mais linda?’
‘Eu.’ Abri um pequeno sorriso no canto da boca.
‘Pra quem ele deu um urso enorme segurando um coração?’
‘Pra mim.’ Sorri fraco e Sophia apertou minha mão.
 ‘Ops, três à zero pra você, acho que essa Perola já era!’ Ela piscou e saiu andando de volta pra mesa me deixando lá sorrindo que nem uma idiota.

Respirei fundo e caminhei até a mesa ainda sorrindo. Quando sentei percebi o olhar dos meninos em mim, não o do James e o Charlie porque eles nem deviam saber da historia toda, mas Micael, Chay, Pedro e principalmente Arthur me olhavam nervosos. A suposta
Perola nos olhou sorrindo e eu forcei um sorriso, assim como Sophia.
‘Hey!’ Ela falou simpática e eu tive que me controlar pra não mandá-la pra um lugar feio.
‘Erm...
Perola ’ Micael a chamou e ela desviou a atenção pra ele. ‘Essa é a Soph, minha namorada, e essa é a Lu!’ Mãe do filho do Arthur, fiquei com vontade de dizer, mas em boca fechada não entra mosca.
‘Ah, prazer conhecer vocês!’ Ela estendeu a mão e eu me vi obrigada a cumprimentá-la. ‘Eu sou
Perola, irmã do aniversariante.’ Ela sorriu.
‘Prazer,
Perola .’ Sophia sorriu. Um dia vou aprender a dar um sorriso falso tão convincente quanto o dela.
Depois da apresentação ela se virou novamente pra Arthur e voltou a conversar animadamente com ele. Vez ou outra eu os observava de canto de olho e via que Arthur fazia o mesmo comigo.
Poucos minutos depois os dois de levantaram sem falar nada e foram pra dentro da casa. Acompanhei os dois caminharem pelo jardim e cada passo que eles davam era como se eu recebesse uma pontada no peito. Olhei pra Soph e Micael e os dois me olhavam como se entendessem perfeitamente o que eu estava sentindo, eu sorri fraco e dei um gole na cerveja que praticamente esvaziou a garrafa.

‘Lu, pára de descontar as frustrações na bebida!’ Sophia falou tirando a quarta ou quinta garrafa de cerveja da minha mão.
‘Me deixa, Sophia.’ Falei cruzando os braços e fazendo bico como uma criança. Eu já podia ser considerada como bêbada, fato.
‘Bom, tá na hora do show!’ Micael se levantou animado e eu e Soph fizemos o mesmo. “Wow!’ Micael riu quando eu desequilibrei e ele teve que me segurar.
‘Eu to bem!’ Sorri sem graça ajeitando a blusa, mas o principio de tontura me dizia o contrario. Micael pegou Sophia pela mão e os dois foram na frente. Eu tive que me agarrar no braço do Chay, caso contrario iria parar no mínimo na casa do vizinho.
 ‘Chay!’ Falei um pouco animada demais e ele riu. ‘Cadê a Mel?’ Voltei ao meu tom de voz normal.
‘Ela teve que ir até Manchester, parece que teve algum problema com o irmão dela, não sei direito.’ Ele deu de ombros e eu concordei silenciosamente.
Quando entramos na casa eu vi Arthur já perto do palco conversando com um casal e
Perola ao seu lado. Ele mantinha um dos seus braços a abraçando pelos ombros e ela o abraçava pela cintura. Respirei fundo sentindo os olhos já arderem por causa das lágrimas e apenas desviei o olhar para um canto qualquer da casa. Chay, Pedro e Micael me deram beijos na testa e eu os desejei boa sorte.
‘Soph, eu vou ao banheiro rapidinho.’ Sorri e ela me olhou preocupada.
‘Quer que eu vá com você?’
‘Não, não precisa, é rápido!’ Nem esperei ela falar nada e corri pra procurar algum banheiro na casa. Acabei achando um no segundo andar, após abrir umas três portas.
Me encostei na porta e escorreguei até ficar sentada no chão, as coisas ao meu redor estavam girando e eu estava começando a ficar enjoada. Ouvi alguns gritos no andar de baixo e supus que o show já ia começar.
Levantei respirando fundo e me apoiei na bancada fechando os olhos na tentativa de fazer a tontura passar. Prendi meu cabelo em um nó frouxo e abri a torneira molhando uma mão com a água gelada que jorrava. Molhei um pouco meu pescoço sentindo os cabelos da nuca arrepiarem por causa da temperatura. Fiquei alguns segundos na mesma posição sentindo algumas gotas escorrerem por minhas costas enquanto a tontura ia passando aos poucos.

‘Lu?’ Ouvi uma voz do lado de fora e abri a porta me assustando ao ver Arthur ali. ‘Tá tudo bem?’ Ele perguntou com um ar preocupado e as mãos no bolso.
‘Tá sim!’ Sorri fraco passando a mão pelo cabelo e soltando o nó para tentar melhorar minha aparência de chifruda bêbada.
‘A Sophia falou que você não parecia muito bem e que exagerou na bebida.’ Ele sorriu fraco.
‘Ah, ela que exagerou na preocupação.’ Respondi pensando em várias formas de tortura pra Soph, como ela falava pro Arthur que eu tinha bebido demais? Vaca. ‘Você não tem um show agora?’ Quebrei o silêncio que provavelmente se instalaria por ali.
‘Erm... tenho!’ Ele sorriu e adivinha só? Eu sorri também. ‘Mas eu precisava vim ver se tava tudo bem com você!’ Nessa hora eu quase esqueci de qualquer briga,
Perola ou qualquer outra coisa entre a gente e me joguei nos braços dele.
‘Tá tudo bem, Arthur.’ Ele me olhou desconfiado. ‘É sério! Vai lá pro seu show.’ Apontei as escadas com a cabeça.
‘Ok, você vem né?’ Confirmei com um sorriso fraco e ele me abraçou.
‘Boa sorte.’ Falei baixo sentindo aquele perfume intoxicante me deixar mais tonta do que já estava.
‘Brigada!’ Ele me deu um beijo na testa e sorriu correndo pelas escadas até sumir da minha vista.


Quando finalmente resolvi descer o show já tinha começado, caminhei entre as pessoas animadas, ou bêbadas, como preferirem, até avistar Sophia ao lado de James e Charlie.
‘Hey, já ia subir pra ver se você ainda tava viva.’ Ela me olhou preocupada.
‘Não basta mandar o Arthur atrás de mim?’ Falei séria.
‘Ei, eu não mandei ele atrás de você, ok? Ele que perguntou onde você estava, eu apenas falei a verdade!’ Ela deu de ombros ofendida. Pra que droga Arthur queria saber onde eu estava? Ele que ficasse atrás da
Perola . Não respondi nada a Sophia, apenas fiquei prestando atenção no show.
Depois de cantarem quatro musicas deles mesmo, os meninos resolveram fazer covers de musicas antigas. Quando eles começaram a tocar Beatles vários casais começaram a dançar improvisando uma pista de dança bem na frente do pequeno palco também improvisado. ( I Wanna Hold Your Hand - McFLY )

Oh yeah, I'll tell you something,
( É, eu vou lhe dizer uma coisa )
I think you'll understand
( Acho que você vai entender )
When I'll say that something
( Quando eu disser o que é )
I wanna hold your hand
( Eu quero segurar sua mão )


‘Quer dançar?’ Ouvi uma voz atrás de mim e quando me virei dei de cara com um James sorridente. Aliás, alguém precisa avisar que caras com sorriso extremamente lindo não deveriam sair por aí matando as outras pessoas.
‘Hm, porque não?’ Como se tivesse como resistir ao sorriso dele. Ok, acho que o alcool ainda estava circulando em alta pelo meu sangue.
James pegou minha mão e fomos pro meio da pista onde vários casais dançavam animadamente.
Começamos um pouco tímidos, mas quando dei por mim já estava rodopiando sem nem me importar com as pessoas ao meu redor.

And when I touch you I feel happy inside
( E quando eu te toco me sinto feliz por dentro )
It's such a feeling that my love
( É um sentimento tão forte que, meu amor, )
I can't hide, I can't hide, I can't hide
( Eu não consigo esconder, eu não consigo esconder, eu não consigo esconder )


‘Se eu soubesse que você dançava tão bem teria te tirado pra dançar bem antes?’ James falou no meu ouvido e eu confesso que arrepiei até o ultimo fio de cabelo. O olhei sorrindo um pouco sem graça.
‘Não costumo.’ Ele também sorriu.

Yeah, you've got that something,
( Você tem aquela coisa especial )
I think you'll understand.
( Acho que você vai entender )
When I say that something
( Quando eu digo aquela coisa especial )
I wanna hold your hand...
( Eu quero segurar a sua mão )


Eu nem me importava mais com os vários olhares que a minha dança com o James estava causando, pela primeira vez naquela noite eu tinha conseguido esquecer do Arthur e da
Perola , eu me senti de volta a minha adolescência sem problemas e sem filho.

‘Ai, preciso beber alguma coisa!’ Falei sorrindo idiotamente quando a musica acabou.
‘Hm, vamos lá na cozinha!’ James me pegou pela mão. Quando passei por Sophia, vi seu olhar de interrogação, mas só sorri e continuei caminhando de mãos dadas com James. Acho que nem eu mesma sabia o que estava fazendo.
Pegamos duas cervejas e fomos nos sentar em um banco no jardim que estava praticamente deserto, já que todos estavam dentro da casa assistindo o show dos meninos.

‘Então...’ Falei cortando o incomodo silêncio que tinha se instalado entre a gente.
‘Então...’ Ele repetiu o que eu disse e começamos a rir.
Senti James se aproximar lentamente de mim e virei meu rosto para encará-lo. Ele botou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha e deslizou a mão pra minha nuca. Quando senti sua respiração fraca bater em minha boca, a imagem de Arthur surgiu em minha mente me trazendo de volta à realidade.
‘James, não... eu não posso! O Arthur...’ Falei rápido e ele me olhou confuso.
‘O que tem o Arthur?’ Ele passou a mão a mão pelo cabelo, bagunçando-o.
‘Na-nada.’ Gaguejei sorrindo sem graça. ‘Eu preciso ir, James! Desculpa.’ Me levantei sem nem esperar resposta e entrei na casa procurando por Sophia.
Só depois de alguns segundos procurando por ela, me dei conta que o show já tinha terminado, ouvi a risada alta do Micael e me virei conseguindo enxergar Soph no meio de Chay, Micael e Charlie. Enquanto caminhava até eles, olhei pro palco e vi Arthur de costas, pensei em ir até lá falar com ele, mas antes que movesse um músculo se quer, vi que
Perola estava na frente dele, encostada no palco. Corri até onde Sophia estava e ela me olhou assustada.
‘Soph, me leva embora daqui?’ Pedi com os olhos cheios de lágrimas e ela me abraçou.
‘Vamos!’ Ela pegou em minha mão e falou qualquer coisa no ouvido de Micael que concordou silenciosamente e me deu um beijo na testa. Saímos de lá sob o olhar atento dos três garotos. ‘O que aconteceu?’ Ela me perguntou enquanto caminhávamos até o carro.
‘Nada.’ Dei de ombros e ela me olhou com a sobrancelha arqueada. ‘Depois te conto, vamos pra casa, é só isso que eu preciso.’ Ela concordou silenciosamente e entramos no carro.
‘Quer que eu fique com você?’ Ela perguntou enquanto dirigia meu carro, já que eu mesma não tinha condições.
‘Quero.’ Sorri fraco e ela concordou balançando a cabeça.

Quando chegamos em casa eu fui no quarto do Diego rápido e quando voltei pra meu quarto Sophia já tinha arrumado a cama e separado uma roupa pra mim.
‘Brigada!’ Sorri fraco e ela beijou minha testa.
‘Vamos dormir, vai.’ Sophia me empurrou para o banheiro para que eu trocasse de roupa.

‘Soph, a
Perola é melhor que eu?’ Perguntei chorosa quando já estávamos deitadas na cama. Eu encarava o teto e Sophia estava de costas pra mim.
‘Mesmo que fosse, Lu, não é ela que o Arthur ama.’ Ela falou séria e eu entendi que ela não queria estender o assunto.
 Fechei os olhos, mas imagens de Arthur,
Perola e James ficaram circulando na minha cabeça, até o sono conseguir vencer todas elas, apagando-as da minha mente, pelo menos durante aquela noite.

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