DING-DONG
...Terça-Feira 8:30 a.m.
- Chegaram cedo! – Melanie abriu a porta para os três amigos que sorriam de orelha à orelha.
- A gente achou que qualquer hora antes de meio-dia fosse madrugada pra vocês! – Lua apareceu ao lado de Mel
- Já tomaram café? Entrem, a Ray hoje ta inspirada! Já fez um bolo não sei do que e agora ta fazendo panquecas! – Melanie deu espaço para eles entrarem na casa, que estava toda perfumada com o cheirinho bom que vinha da cozinha.
- Dude, só esse cheirinho... Parece que eu to no paraíso! – Arthur cumprimentou as duas e pôs a mão sobre o estômago.
- Eu trouxe o vídeo da gente sendo acordado! Querem ver depois do café?! – Chay falou enquanto cumprimentava as meninas.
- Hum... Tenho até vergonha de assistir isso, eu devo estar horrível! Mas a curiosidade é maior! – Lu falou sorrindo e Chay jogou um CD em cima da mesinha da sala.
- Pra que ver depois criatura?! Vamos ver enquanto comemos! – Mel se jogou no sofá animada, puxando Chay e Lua juntos com ela, Arthur foi pôr o CD onde gravaram o vídeo no aparelho de DVD... Pedro, depois de cumprimentar Lua e Melanie, foi até a cozinha e ficou parado vendo Rayana virar as panquecas.
- OMG! – ela deixou cair uma no chão quando o viu.
- Sou tão feio assim que te assustei? Desculpa!
- Tudo bem, Pedro! Você é um monstrinho, mas eu te adoro! – e deu um selinho nele.
- Hum... Esse bolo ta bonito! – Pedro observou o bolo em cima da mesa.
- Vai cortando ele em pedaços pra levar pros esfomeados lá na sala!
Eles tomaram café na sala assistindo o vídeo e caindo nas risadas.
- Putz! Eu não acredito que vocês esvaziaram quase todo o perfume do Micael! Ele a-do-ra esse perfume! – Lua ria com as mãos na boca.
- Falando nisso, cadê ele? – Arthur ficou de pé.
- Nem sinal da biba! – Mel respondeu.
- Eu vou ao banheiro e quando eu voltar, vamos precisar resolver o sumiço dele! – Arthur foi saindo da sala e subiu as escadas. Os outros ficaram revendo o vídeo pela terceira vez.
- Atchim! – Sophia acordou espirrando, estava apenas de calcinha, com a cabeça sobre o peito de Micael, que tinha somente uma peça de pano pelo corpo todo e o prendedor de cabelo da Soph que ele pôs no pulso como se fosse uma pulseira. Os dois deitados dentro da banheira, mas sem água e cobertos parcialmente por uma jaqueta grande e marrom que ele usava.
- Bom dia sol do meu dia! Melhor se vestir pra não ficar doente. – Micael acordou com os espirros dela.
- Micael, você acorda muito cafona! – Soph falou com os olhos ainda fechados e a voz embolada de sono. Ela passou a mão pelo rosto todo como se isso fosse fazê-la acordar magicamente e logo se pôs sentada, levando as mãos às costas. – Ai minhas costas! A gente devia ter enchido a banheira... Pelo menos não íamos ficar tão doloridos.
- Ah, e você queria acordar toda enrugada? – ele olhava pros lados, procurando sua boxer listrada.
- Um dia eu vou ficar assim mesmo... – ela deu de ombros segurando o sutiã com desenhos de joaninhas que estava para vestir.
- E eu vou te amar até esse dia... e depois... e depois... – ele ia falando e intercalando as falas com selinhos. Foi quando Arthur abriu a porta de repente interrompendo o momento cute e fazendo Sophia largar o sutiã que segurava para imediatamente tampar os seios com as mãos.
- My fucking God! – foi o único som que saiu da boca da Sophia.
- PUTA MERDA! – foi o único que saiu da boca do Micael.
Enquanto que Arthur só sabia rir. Depois ele virou de costas, percebendo que Sophia precisava tirar as mãos de onde estavam pra poder se vestir. Ele riu até doer a garganta enquanto os dois desesperados se vestiam.
- Já colocaram as peças íntimas pelo menos, seus sem-vergonhas? – os dois murmuraram alguma coisa que Arthur entendeu como sim e se virou pra eles – Então vocês passaram a noite aqui?! – enxugou as lágrimas que se formaram no canto dos olhos depois de tanto rir.
- É Arthur, a gente ficou trancado. – Sophia levantou e falou séria, pegou as sandálias nas mãos e caminhou até o vaso sanitário para sentar e calçá-las.
- Mas a porta não tava fechada... – Arthur queria mais explicações.
- Foi assim Arthur, vê se entende. – Micael fechava o cinto da calça – Lembra quando ontem eu falei que ia subir pra procurar as meninas?
- Aham.
- Então, eu vim até aqui nesse banheiro e achei a Soph. Só que eu deixei a porta aberta enquanto perguntava pra ela onde estavam as outras, um vento forte passou e bateu a porta. Você sabe... Eu já tinha avisado pro pessoal que a porta desse banheiro tava com defeito, não pode bater com força que ela fica trancada e depois só dá pra abrir por fora! – Micael acabou de contar a história e Arthur já não ria mais, provavelmente acabou o estoque de risadas.
- Mas eu já vi essa porta emperrar, o Chay ficou preso aqui sozinho um dia e foi difícil de abrir até por fora! Precisou vir o seu pai, eu, você, o...
- Cala a boca Arthur! – Micael apertava a boca e os olhos, como se Arthur estivesse falando muito além do necessário. Percebeu que Sophia olhava pro amigo e pra ele, desconfiada.
- A-a porta é sentimental oras! Hoje ela abriu fácil...
- Espera aí Micael, que essa história ta mal contada! – Sophia ficou em pé ao lado de Micael, com as mãos nos quadris.
Arthur olhava pro chão e não sabia se ria do amigo ou se ia embora dali.
- Erm... Vai ver ela não estava tão emperrada assim... – Micael falou baixo, passando a mão pelo cabelo.
- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ TRANCOU A GENTE AQUI DE PROPÓSITO MICAEL BORGES!
- CALMA SOPH! Eu posso explicar, ta bom!
- Micael... Micael... Que coisa feia, tsc tsc tsc!
- Aguiar, fecha a boquinha por um instante, ok? Soph... De cara eu achei que a porta fosse ficar mesmo emperrada, mas depois eu vi que se eu me esforçasse um pouco mais eu poderia abrir mesmo por dentro. Só não fiz isso porque... eu... quis estar com você, ta bom?
- Ohhh Micael... – Sophia se desmanchou num sorriso e passou a mão pela bochecha dele. Arthur rolou os olhos e ia saindo, mas ela o chamou de volta.
- Hey, parado aí Arthur! Onde vocês estavam? A gente gritou socorro um monte de vezes e ninguém veio!
- Ah, a gente tava na casa da frente. – ele respondeu simplesmente.
- Como é que é? Vocês foram lá?! – Micael ficou passado.
- Fomos. E a festa de aniversário do Pedro vai ser lá!
- Espera aí! Não to entendendo mais nada! – Soph cruzou os braços.
- Erm... É uma longa história, ok! Vocês descem e eles explicam lá pra vocês...
- Ah, Arthur! Por falar nos outros... Será que dá pra você abafar o caso aqui?
- Ta bom Micael, depois eu te mando por e-mail uma chantagem pelo meu silêncio... Agora eu vou usar outro banheiro, esse aqui eu não uso mais até que alguém arrume a bagunça que vocês fizeram! A noite deve ter sido muito proveitosa mesmo, huh! – Arthur brincou e saiu correndo quando Micael ameaçou bater nele, enquanto Sophia ficava vermelha.
- Olha lá, foi com essa parte que nos assustamos ontem! – Chay mostrava para as meninas a parte do começo do vídeo que foi filmada do lado de fora da casa, onde Micael se assustou ao ver uma pessoa dentro da outra casa.
- Ainda bem que agora a gente já sabe quem ta lá, né! – Melanie sorriu aliviada.
- Imagina se a gente não soubesse! Estaríamos em pânico agora! – Lua fingiu uma cara de pânico.
- CARALHO, O QUE ACONTECEU COM MEU PERFUME?! – escutaram os gritos de Micael vindos do andar de cima.
- Oops... Acho que o Arthur encontrou Micael! – Chay sussurrou meio assustado.
- Você acha? – Mel olhou pra ele.
- Gente... Erm... Que vocês acham de... – Lua levantou e foi andando de costas, observando a escada e o corredor lá em cima – CAIR FORA?!
Chay, Pedro, Melanie e Rayana levantaram imediatamente do sofá e seguiram Lua até a casa da frente.
- Arthur, me leva pra onde os outros foram... O Micael ta bufando lá no quarto! – Soph abordou Arthur quando ele saía do banheiro, ele concordou em silêncio e os dois desceram as escadas.
- SOPHIA! ONDE VOCÊ TAVA, SUA PANGUONA?! – Melanie gritou ao ver Sophia chegar na casa e correu junto com Lua pra abraçá-la, as três caíram no chão e todo mundo pulou em cima delas.
- AGORA É QUE EU VOU SUMIR DE VEZ! – Sophia gritou com a voz abafada debaixo de todo aquele povo e todos começaram a sair.
- Onde você tava? Sério! A gente já tava começando a se preocupar de verdade! – Mel falou ajeitando a roupa que amassou um pouco.
- Ah, é uma longa história! Depois eu conto, mas... – Soph ia falando mas Lua não a deixou terminar. [n/a: oi? educação mandou lembranças viu! Que coisa feia ficar cortando as falas dos outros u.u]
- Você deu um susto em todo mundo! Ainda bem que foi só um susto, amiga! – Lu lhe deu um daqueles abraços sufocantes.
- Ta esmagando meus ossos, caralho! – Soph falou meio sem ar e Lua a soltou.
- É assim que você me trata por eu estar aliviada em te ver de novo?! Bate nela Jamie!
- Jamie?
- Ah sim! Esqueci de apresentar! – Lu bateu na própria testa – Sophia, elas são Jamie, Molly e Stacey. Eram elas que estavam aqui na casa!
- SÉRIO?! CARAMBA! – Soph ia cumprimentando cada uma com cara de surpresa.
- Depois elas te contam a história toda também, mas antes... – Mel lhe entregou um rodo – A gente tem um longo trabalho por aqui!
- Ahh sim, entendi, a festa do Pedro vai ser aqui, não é?
- Aham. Achou legal? Foi minha idéia! Só minha!
- Achei Ray, vai ser incrível! Mas antes eu queria saber onde está o Chay! Alguém sabe?
- Ele e o Pedro estão nos fundos da casa, varrendo as folhas secas do chão. – Rayana respondeu e Soph saiu.
- Já volto...
- HAHAAHA, você ta varrendo errado Pedro!
- Num to não! Você é que ta me atrapalhando!
- Tenho culpa se você não sabe pegar na vassoura?
- HEEY SUEDE! – Sophia chegou, mas eles não tinham visto ainda por causa da brincadeirinha deles, então ela precisou gritar.
- A-ah, oi Soph!
- Oi meninos! Pedro, será que eu podia conversar com Chay por um instante?
- Claro! – Pedro sorriu, encostou a vassoura num muro e se retirou. Sophia caminhou um pouco e sentou-se numa balança, Chay sentou na balança ao lado.
- Precisamos de uma conversa – ela falou olhando pro chão.
- Também acho... – ele deu um meio sorriso e olhou pra ela.
- Acho que estamos pensando a mesma coisa. – ela sorriu e o encarou também – Vamos ser sinceros e diretos, a gente não é tão a fim um do outro assim, à ponto de levar isso à diante. E eu acho que somos mais é amigos!
- Isso nós somos! Temos tantas coisas em comum que às vezes chego a pensar que você é uma irmã gêmea que fugiu da maternidade! À propósito... Em que dia você nasceu mesmo?
- 17 de junho.
- Puxa! Não somos gêmeos – Chay deu um soquinho no ar se fazendo de decepcionado.
- Me sinto à vontade com você, Chay.
- E eu adorei ficar com você, te conhecer... – ele falou retomando um ar mais sério.
- Eu também! Adorei cada dia com você, a gente se divertiu tanto!
- Não precisa falar no passado, Soph! Desse jeito até parece despedida... Vamos continuar nos divertindo, só que como amigos – e ele bagunçou o cabelo dela.
- Com certeza! Você pode contar comigo pra sempre! – ela passou a mão pelo rosto dele, os dois sorriam sinceros, ele pegou a mão dela e deu um beijo.
- Você pode contar comigo também!
- Eu sei que tem um clima entre você e a Melanie! Se precisar de alguma ajuda com aquela cabeça de cookie, é só falar! – ela disse depois de um tempo.
- Acho que gosto mesmo dela... Só demorei pra perceber!
- E ela também gosta muito de você!
- Isso eu descobri quando ela me tratou tão bem e se preocupou tanto comigo... Às vezes me vem uma vontade de cuidar dela também e protegê-la de tudo para que ela seja feliz.
- Vai ser. Vocês dois vão!
- E você também, com Micael!
- C-c... com Micael? Por que você ta falando do Micael?!
- Ah, Sophia! Conta outra né... Só se eu fosse cego pra não perceber o quanto você ficava incomodada quando o via com a Lua!
- É verdade... Eu ficava destruída! Mas já descobri que eles não estavam juntos pra valer.
- Uhum, ele te ama, dá até pra ver, Fátima Teresa Aldegunda Bananéia de Oliveira!
- Eu sei! Eu também amo ele, Reginaldo Carlos Chapado Caio Escadabaixo!
- Minha Nossa senhora, que coisa horrível! Você precisa parar de inventar esses nomes, ou então nunca tenha filhos! – Chay falou entre risos. Sophia quase se desequilibrou na balança de tanto que ria também. Depois se sentiu à vontade pra começar a contar o acontecido da noite passada. Estava tão feliz que precisava compartilhar isso.Conversaram por um bom tempo sentados nos balanços, os dois sentindo-se mais aliviados por saberem que a amizade deles tem validade indeterminada! Mais tarde retornaram ao interior da casa para ajudar os outros.
- Ta mais calmo amor? – Soph perguntou quando entrou e viu Micael sentado numa janela, limpando os vidros. Tirando Arthur e Chay, todos se entreolharam surpresos, mas não perguntaram nada.
- Sim, eu vi o vídeo de vocês esbanjando meu perfume... E a idéia foi sua! – Micael desceu da janela, ficou de frente pra Sophia e se fez de zangado apontando pra ela.
- Ai... Desculpa Micael! E-e-eu não queria gastar seu perfume à toa! Prometo que te compro outro se quiser! – ela falava dando passos pra trás, meio assustada ao ver o sorrisinho que ele tinha. Do nada, os dois começaram a correr feito loucos pela casa como se não houvesse mais ninguém ali.
- Quando eu digo que eles são malucos ninguém acredita! – Lua se virou pra Rayana e Melanie, que apenas sorriam observando o casal. Micael conseguiu pegar Sophia e a jogou no sofá, enchendo-a de cócegas. Ele parou quando percebeu que todos estavam ao redor deles observando.
- Erm... – Micael sentou e se ajeitou no sofá, Sophia fez o mesmo – Oi, meu nome é Capitão Fronha-Babada! – ele acenou com um sorriso mais idiota que conseguiu fazer enquanto Soph prendia o riso com a mão na frente da boca. Algumas pessoas rolaram os olhos, outras sacudiram a cabeça, mas todos sorriram e se dispersaram. Melanie ainda entregou um espanador pra Soph antes de sair.
- Capitão Fronha o quê?! Assim... Tem mais algum maluco na sua família? – Soph brincava com as peninhas do espanador.
- Tirando a Lua, todo o resto é até que normal sabe...
- EU OUVI ISSO E VOCÊ TA FERRADO NA MINHA MÃO BORGES – Lua surgiu na janela fazendo Micael pular de susto, ela estava varrendo a varanda. Sophia sorriu com isso e deu uma 'espanada' no rosto dele.
Todos passaram o dia varrendo, espanando, limpando janelas, planejando a decoração, às vezes alguém saía pra comprar coisas que usariam...
O dia da festa chegou rápido, mas eles conseguiram deixar aquilo lá um luxo só! Também... Com onze pessoas suando as camisas! No último dia que faltava, quinta à noite, eles ficaram lá até tarde. Na sexta-feira, logo de manhã, Micael chegou com vários tipos de bebidas e botou tudo na geladeira de casa. No começo da noite, Lua usou o carro dele pra buscar Chay, Arthur e os três iriam juntos buscar o bolo. Passou primeiro pela casa de Arthur e teve uma grata surpresa quando ele abriu a porta.
- ARTHUR?! V-vo-você tá assim ainda? São 8:15, a festa começa às 9h e ainda precisamos buscar o bolo! – Arthur estava de boxer e com a cara meio amassada.
- Nossa eu... capotei aqui no sofá! – esfregou o rosto com uma das mãos e percebeu que as bochechas de Lua pareciam um tanto coradas e ela olhava para o lado como se houvesse algo muito interessante para ser analisado na parede. No fundo (tá, nem tão fundo) adorou provocá-la, mas preferiu acabar logo com a situação.
- Erm... Entra! Me espera aqui na sala que eu vou só me vestir e já desço! – Lua entrou, ele fechou a porta e subiu as escadas correndo.
'Ai, a tatuagem ta lá... ' Lu pensava enquanto suspirava sentando no sofá. 'Ah, mas é claro que ta lá, anta! É uma tatuagem pô! Como ia sumir? Onde você ta com a cabeça Lua? Ah! Já sei, na tatuagem dele!'
Play Lua’s Flash Back
- Oi, a festa do Ricky foi boa? – encontrei o Arthur na entrada da escola e ele não estava com cara de "manhã-pós-festa" se é que você me entende...
- Mais ou menos. Por que você não foi?
- Não tava a fim.
- Teria sido mais legal se você fosse. Aquilo tava um tédio pra falar a verdade.
- Ah vai Aguiar! Não começa a fazer tipo que eu já te conheço! Com quantas você dormiu,hun?
- LUA, TA PENSANDO QUE EU SOU O QUE? Não fiquei com ninguém e até fui embora cedo!
- Você? Indo embora cedo de uma festa? Não dá nem pra acreditar...
- Eu estou tentando mudar, Lu.
- É mesmo? Por quê? – oops, impressão minha ou eu to sentindo uma pontada de nervosismo inexplicável dentro de mim?
- Tem uma pessoa que precisa saber que eu sou diferente.
- Sei...
- Isso foi em tom de dúvida? Não responda! Vamos apostar!
- Ok. Eu não acho que você consiga passar três semanas sem pegar ninguém! – Pronto, falei! O Arthur não consegue passar uma semana sem galinhar! Vaquinho.
- Três semanas? Tudo bem, vai ser fácil. Se eu conseguir, você vai ter que...
Três semanas depois
Ele conseguiu. Não ficou com ninguém! Isso é incrível pra mim! E olha que eu vigiei direitinho cara! Por um lado eu estou muito feliz porque eu vi que ele pode realmente se comportar quando quer! Mas também estou frustrada por ter perdido a aposta...
- Arthur, eu acho que to me arrependendo! – cara... quando eu vi aquelas agulhas, quis correr dali! Sério, nunca tinha feito uma tatuagem e sinceramente, não pensava em fazer nem tão cedo!
- Relaxa Lu! Esse desenho é pequeno, vai ser rápido! E eu to aqui com você, pra fazer a mesma tatuagem! Vamos enfrentar juntos, você vai ver! – Arthur falou todo animadinho, acho que ele fica feliz me vendo assustada, só pode!
- Maldita a hora que fui apostar com você Arthur! – Falei e sabe o que ele fez? RIU da minha cara! Me diz, o que eu fiz pra merecer isso? Ah sim, o que eu fiz foi perder uma aposta pro meu melhor amigo, por quem por acaso eu sou apaixonada! Foi isso que eu fiz!
- Lua! Olha bem pra mim, – ele pegou nos meus ombros e me encarou com aqueles olhos, e que olhos... Eu tenho medo deles! – a gente vai passar por essa juntos! Vamos tatuar o mesmo desenho! Você na nuca e eu no peito. Daqui alguns anos, isso vai ser uma puta recordação que teremos um do outro! Não acha?
- Não tem um jeito menos dolorido pra gente se lembrar um do outro? – claro que tem! E a minha caixa com as nossas fotos? Hein, hein, hein?! Ela ta até ficando cheinha já...
- Não vai doer tanto Lua, eu garanto! Pode começar moço... – ele falou e o tatuador me mandou deitar de bruços e tirar o cabelo do pescoço. Peguei a mão do Arthur e só pra me vingar, antes mesmo da tortura começar, eu já apertei como se fosse ter um bebê! Mas até que foi rápido... Teve uma hora que eu nem sentia mais dor, acho que acostumou, sei lá! E admito que ficou bem bonita! Só que claro... Legal mesmo ficou no Arthur! O desenho ficou logo acima do peito, e que peitoral e... QUE GAROTO! JESUSMEADICIONA!
Stop Lua’s Flash Back
Enquanto Lua ficava 'panguando' na sala, Arthur corria pra se vestir. Enroscou o pé numa calça que estava jogada no chão e tropeçou.
- Putaqueopariu! – ele resmungou baixo enquanto se levantava do chão e pegou a calça de ponta cabeça. Uma foto caiu do bolso...
Play Arthur’s Flash Back
- Eu não entendo por que você fica ligando pra essa garota quando pode ter a menina que quiser!
Stive falou depois de ver que eu observava atentamente cada movimento de Lua num canto do pátio com suas amigas, ela brincava com uma fitinha daquelas que usam em ginástica olímpica, eu não sei o nome daquela fita e não interessa ,ok?! Mas que aquela sainha dela parecia mais curta hoje, parecia...
- O que? – me virei pra ele, será que ele não se toca que eu tava ocupado?
- Essa sua amiga aí, que você carrega pra cima e pra baixo, às vezes até esquece da gente!
- Certo, essa frase foi muito gay! Você não quer competir pela minha atenção com as pernas da Lua agora, quer?
- Deixa de ser besta! Eu to tentando falar sério, caralho!
- O que é Stive?! – bufei meio sem paciência, o Stive é meio chato às vezes, mas é um amigo do caraíí!
- Cara! Você não pode continuar desse jeito, ok?! – ele me sacudiu pelos ombros, to ficando com medo dele! – Vai acabar pirando! Você é a fim da mesma menina desde não-sei-quando e fica aí pagando de amiguinho dela! Francamente viu... Ou você pega ela de uma vez ou acaba com isso!
- Ta bom pai. Acabou o momento sermão?!
- To falando isso pro seu bem cara, quero saber o que é que há contigo! Esses dias você ficou mais esquisito ainda.
- Tudo bem, é só que... Eu acho que não vou poder mais ficar com ela.
- Por que? NÃO ME DIGA QUE ELA TE DEU UM FORA ARTHUR?!
- CALA A BOCA, seu porra! Quer falar mais alto pra Lua ouvir também?
- Ela te deu um fora! – Stive soltava um sorrisinho besta. Erm... esquecendo da coisa do 'amigo do caraíí', tudo bem se eu socar ele tipo... agora?!
- Não foi isso idiota! Não posso mais por que vou me mudar.
- Ah é, você me disse ontem... Chato pakas... Mas, o que tem isso a ver?
- Tu é burro ou só não pensa? – perguntei rápido e o otário ainda ficou pensando pra responder – Esquece... Olha só! Eu tenho certeza do que eu sinto por ela, sei que se a gente acabar ficando e eu me mudar depois vai ser muito ruim. Pra mim e pra ela também. Eu não ia conseguir me afastar dela e assim já fica mais fácil.
- Que paixonite mais desgramada, hein cara... – ele bateu no meu ombro como um perfeito jeca e eu me senti o próprio Flintstone!
- Nem me fale! Vamos sair hoje? – Yabadabadooooooo!
Stop Arthur’s Flash Back
Arthur terminou de se vestir, pegou a foto que caiu no chão e guardou numa gaveta. Era a foto que ele havia 'seqüestrado' da caixa da Lua.
'Ele ta demorando. Será que eu devia subir? Não! Sossega o facho aí menina! Puta merda... Essa deve ser a Delilah!' Lua já não estava mais sentada no sofá e se pôs a observar os objetos da estante da sala. Ficou intrigada ao ver que havia uma foto dentro do aquário do Emo – o peixe do Arthur – ela se abaixou pra ver melhor a foto que estava com a frente encostada no vidro e Arthur estava ali com uma garrafa numa das mãos e abraçava Delilah pela cintura com a outra mão. Delilah parecia beijar a bochecha dele com força enquanto ele fazia uma careta engraçada. Os dois bêbados very, fato.
- LU, VEM AQUI! – ela ouviu um grito da sala e foi correndo até o quarto. Arthur já a esperava na porta, estava lindo e só faltava um calçado.
- Que foi Arthur? Por que gritou?
- Me ajuda a escolher um tênis que combine com a roupa! – ele pegou o braço dela e a puxou pra dentro do quarto até o closet, onde havia vários pares de tênis arrumados, a maioria brancos com detalhes em outras cores.
- Puxa... Com tantos fica até difícil! – Lua pensava olhando pra roupa dele e depois para os tênis. Mas Arthur não havia chamado-a ali pra isso... Ele já tinha até escolhido o tênis! Foi se aproximando dela, viu que ela ficou nervosa e isso foi um incentivo pra ele continuar a aproximação.
- Vai com aquele ali – ela apontou pra qualquer um e parecia que já tinha esquecido como respirar direito, tamanha era a proximidade de Arthur! Ela estava de lado pra ele, mas virou de frente pra poder sair. Antes que ela completasse dois passinhos, ele segurou seu braço.
- Arthur, você... precisa terminar de se arrumar – ela começou a frase olhando pra baixo, mas depois se fixou naqueles olhos que tanto a hipnotizam.
- Você não sabe do que eu preciso, nunca soube mesmo. – Arthur falou num tom de voz suave e a trouxe pra mais perto.
- Como assim?
- Nunca soube que tudo o que eu mais precisava era ter você. – estava tão perto que fez seu nariz tocar o dela.
- Pára Arthur, isso não é hora... – Lu tentava resistir e ser forte, mas quem quer saber de força com um Arthur Aguiar encostando narizes com você?! O momento ‘fale de perto com Close-Up’ não poderia terminar de outro jeito. Arthur tocou os lábios dela suavemente com os seus e ficou fazendo os dois se roçarem de um lado pro outro, Lua teve medo que seu coração pudesse estar sendo ouvido por ele, de tão alto e rápido que batia. Milhões de borboletas faziam aquela algazarra gostosa dentro do estômago dela e Arthur podia jurar que todos os pelinhos da nuca estavam arrepiados. Principalmente quando ela abriu levemente a boca e deixou a língua avançar pra tocar nos lábios dele. Arthur apenas deu passagem e encostou a língua na dela, produzindo vários impulsos elétricos nos dois ao mesmo tempo. Ela deixou a língua dele entrar em sua boca e relembrou o gosto bom da boca dele também, logo depois sentiu os braços dele envolvendo sua cintura num abraço cheio de saudade e vontade. Sentiu uma imensa sensação de proteção e não queria sair daqueles braços nunca mais. Pousou uma das mãos levemente sobre a nuca dele e o fez suspirar, depois começou a bagunçar o cabelo dele, sem nem se lembrar que tinham uma festa pra ir. Minutos passaram como frações de segundo, mas eles estavam dispostos a aproveitar cada segundinho que fosse, até que foram interrompidos por uma música de repente e se afastaram, ambos com os lábios vermelhos.
Now that the looove is goone-o-o-o-Oo-o-o-o-Oo-Oo-Oo-Oo-Oo-gone,gone,gone
Um remix de Love Is Gone, era Chay ligando no celular da Lua. Ela viu quem era e atendeu.
- Fala Chay. – tentou disfarçar que estava ofegante.
- Lua! O que aconteceu? Como você demorou pra chegar aqui, eu mesmo já peguei o carro e to indo buscar o bolo sozinho... O lugar que a gente encomendou é um pouco longe e não queremos que o principal da festa - depois das bebidas - chegue atrasado né!
- Ah sim, seu bebum! Desculpa Chay! Depois você pergunta o que aconteceu pro "Mr.Capotei-No-Sofá"! – ela falou e deu um risinho pra Arthur, que também sorria à sua frente.
- Arthur atrasado?! Fato! Ele é o que sempre se atrasa mesmo... Mas ta bom Lu. Bye!
- Tchau Suede! – ela desligou o celular e Arthur se aproximava do rosto dela com um sorrisinho para outro beijo (lê-se: desentupidor de pia) daqueles de novo, mas ela pôs o dedo na frente dos lábios vermelhos dele.
- Wait! A gente não pode ficar se amassando aqui! Daqui a pouco vamos ter de passar nossas roupas de novo! – ela falava rindo porque ele se pôs a sugar a pontinha de seu dedo indicador fazendo a cara mais sexy e ao mesmo tempo hilária que conseguia – Você não quer chegar na festa todo amassado e despenteado, quer?
- Festa! Que festa? – ele soltou o dedo dela e fez a cara de esquecido mais fofa que ela já viu. Lua apertou o nariz dele do mesmo jeito que Micael costuma fazer com ela.
- Vem aqui! Preciso arrumar essa bagunça que eu fiz! – ela o puxou pela mão e o fez se sentar na frente da penteadeira. Começou a arrumar o cabelo dele com as mãos e Arthur fechou os olhos, como um gato sendo acariciado. Depois que ela terminou de ajeitar, colocou as mãos sobre os ombros dele.
- Ta dormindo aí Aguiar? – ela perguntou rindo e ele abriu os olhos, ficou observando o reflexo dela no espelho e começou a sorrir também. Eles ficaram feito bestas, um olhando pro reflexo do outro por um tempo.
- Você vai ser a mais bonita da festa! – ele cortou o silêncio.
- Hum... Nada que eu já não saiba! – ela olhou pro teto e ficou enrolando nos dedos uma mecha do próprio cabelo.
- Hey, você não era convencida! O que aconteceu, hun?!
- Queria que eu dissesse o quê? Eu sei que você diz isso pra todo mundo! Até pro Pedro você já deve ter dito isso!
- Ah, é verdade! Desculpa Lua, mas o Pedro vai estar mais bonito que você hoje! – ele falou rindo e se levantando.
- Num falei! – bateu no ombro dele enquanto soltava uma risada um tanto contagiante – Você vai me trocar por ele quando chegar lá!
- É, quem sabe... Mas eu acho que ele não deve beijar tão bem! – Arthur a pegou pela cintura e a beijou rápido antes que ela fugisse de novo dizendo que tinham uma festa pra ir. Começou tudo outra vez e os lindos cabelos dele foram bagunçados de novo, o vestido preto que ela usava ganhou alguns amassadinhos, falta de ar, a boca dele borrada com gloss, mas quem liga, não é?! Alguns minutos depois, Lua o ordenou que fosse calçar logo o tênis enquanto ela ia retocar a maquiagem. ‘Se não sou eu pra botar ordem nessa casa...’ ela pensava e ria pro espelho.
Alguns convidados já estavam chegando na festa, Chay também já havia chegado com o bolo e Pedro parecia nervoso como uma noiva!
- PARABÉNS PEDROZINHO! – Rayana chegou por trás e pulou nas costas dele.
- OI RAY! Que bom que você apareceu, eu tava tão nervoso!
- Nervoso? Por que, my boy?
- Não sei! Acho que é ansiedade por estar ficando mais velho! – ele sorriu e só agora começou a observar o visual de Rayana, ela usava um scarpin vermelho, calça jeans skinny preta, que parecia deixar as pernas dela mais compridas ainda, blusinha branca, brincos e pulseiras vermelhas combinando com os sapatos, no melhor estilo mamãe-quero-ser-modelo; os cabelos estavam soltos com alguns cachos que Sophia fez com babyliss.
- Como você ta gata – ele falou quase babando.
- Isso tudo é pro aniversariante! Você viu o cara por aí? – ela se aproximou e entrelaçou os braços no pescoço dele.
- Não, mas... deixa o recado comigo que eu passo pra ele depois! – ele falou e Ray o beijou.
Não demorou e a casa já estava lotada! Pedro ficou cansado de ouvir tantos parabéns...
Uma chuva fraca começou a cair na hora que Arthur estacionava o carro de Micael na frente da casa. Ele e Lua desceram do carro com sorrisos que mal cabiam nos rostinhos. Os dois andaram praticamente colados até a entrada da casa para poderem ser protegidos pelo guarda-chuva de Lua. Logo que entrou, ela fechou o guarda-chuva, encostou-o próximo à porta e foi dar o presente que comprou pro Pedro.
- Olha só quem chegou, o casal de pombinhos atrasados! – Pedro se aproximou deles na entrada abraçado com Rayana.
- E olha só quem ta aí, o casal de pombinhos grudados! – Arthur respondeu debochado e deu um abraço no amigo.
- Lua! Vocês demoraram! – Ray queria que a amiga contasse imediatamente tudo o que aconteceu.
- O Arthur demora mais que a Cinderela pra se arrumar!
- Lu, você vai mesmo ficar divulgando isso por aí?!
- Relaxa na graxa, Arthur! Seus amigos já conhecem os Aguiar-secrets! Ah, o seu presente Pedro!
- Obrigado! – Pedro abriu o embrulho com euforia, que nem uma criança de seis anos – UMA LUNETA! Uma luneta?!
- É Pedro! Pra você observar sua star girl...
- Rayana, corre para aquele canto da sala que eu vou te observar! – Ray sorriu e nem percebeu que Mel estava atrás dela.
- AIMEUDEUS! Vocês são todos uns bregas! Mas eu até que gosto de vocês...
- O que você ta falando aí ow! Não vive sem mim, baranga! – Lua abriu os braços rindo e saiu correndo atrás da amiga, pelo meio da festa, pra dar o golpe do abraço-quase-mortal-by-Lu.
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