A pequena fresta de luz que entrava pela cortina machucava meus olhos e eu sentia minha cabeça pesar e doer como nunca. Fechei meus olhos com força tentando voltar a dormir pra ver se a dor de cabeça parava, mas uma tosse no quarto ao lado me fez abrir os olhos rapidamente.
Me levantei da cama um pouco rápido demais e fiz careta quando senti uma pontada na cabeça. Eu não costumava sentir muita dor de cabeça, acontecia mais quando eu estava de ressaca ou ficava muito tempo sem comer, mas nenhuma das duas opções havia acontecido.
Saí do quarto apressada ouvindo Diego tossir ainda mais e entrei em seu quarto vendo-o deitado com a barriga pra cima.
'Bom dia, meu amor!' Sorri me ajoelhando ao lado de sua cama e ele retribuiu o sorriso. Chequei sua temperatura, tanto na testa como no pescoço, aparentemente estava tudo normal. 'Tá sentindo alguma coisa?' Sentei na cama e o puxei para meu colo.
'Não.' Ele negou balançando a cabeça e tossiu novamente.
'A garganta não tá doendo e nem nada?' O olhei e ele negou novamente. 'Hm... ok! Vamos tomar café?' Coloquei-o no chão e ele correu até a porta. 'Hei, hei, hei! Os chinelos, mocinho!' Apontei o par de chinelinhos azuis que estava ao lado da cama. Diego riu sapeca e calçou os chinelos correndo para a cozinha em seguida.
Engoli o pequeno comprimido rezando para que ele fizesse efeito logo e a dor em minha cabeça parasse. Amassei o pequeno bilhete que Arthur havia deixado antes de sair de casa, avisando que passaria o dia inteiro no estúdio – com um pequeno coração no final da frase - e suspirei pesadamente sentindo cheiro de queimado.
'Droga, as panquecas!' Corri até o fogão, desligando-o e me deparando com as algumas panquecas queimadas. 'Céus, que porcaria de cabeça!' Dei um tapa em minha própria testa e senti a cabeça doer. Era visível que aquele definitivamente não era meu dia!
'Queimou!' Diego fez bico levantando os ombros me fazendo rir.
'Desculpa, meu amor. Sua mãe anda com a cabeça péssima!' Me lamentei observando as panquecas. 'Aceita torradas com manteiga?' O olhei animada e ele deu de ombros concordando.
Eu estava concentrada lendo um livro quando Diego saiu correndo e entrou no banheiro, segundos depois ouvi sua garganta sendo forçada e corri para ajudá-lo. Segurei sua testa me ajoelhando ao seu lado e com uma tosse forte ele cuspiu um liquido transparente pela boca.
'Ai, meu Deus. Calma, filho.' Falei ele começou a chorar e levou as duas mãos até a garganta. 'Tá doendo?' Perguntei preocupada e ele concordou com um aceno de cabeça. Esperei alguns instantes para ver se ele iria cuspir de novo, mas ele apenas tossiu.
Corri até a sala e peguei o telefone digitando o numero do celular de Arthur automaticamente. Nas duas primeiras vezes deu ocupado, depois caiu na caixa. Deixei o telefone no sofá e corri com Diego para meu quarto, apenas para eu botar uma calça jeans, um tênis e um casaco leve por cima.
Saí de casa ainda tentando falar com Arthur, mas o celular apenas caia na caixa. Resolvi ligar pra Sophia e pedi para que ela fosse até o hospital que eu estava indo. Quando cheguei lá corri para a área de pediatria onde a recepcionista me recebeu sorrindo.
'Olá!' Falei ofegante com Diego no colo. 'Meu filho tá tossindo muito desde que acordou e há pouco tempo ele cuspiu um liquido transparente que me deixou muito preocupada. ' Diego tossiu e a mulher o olhou.
'A senhora pode, por favor, preencher essa ficha? Dentro de alguns minutos uma enfermeira te levará para a sala do médico.' Ela sorriu me dando uma prancheta que tinha perguntas básicas sobre o paciente e seu histórico de doenças.
Preenchi rapidamente e ao mesmo tempo em que eu entreguei a prancheta novamente para a recepcionista, uma enfermeira apareceu.
'A senhora pode me acompanhar?' Perguntou sorrindo e eu confirmei pegando Diego no colo novamente. 'Pode me dizer o que aconteceu exatamente?'
'Ele acordou hoje tossindo, perguntei se estava com dor em algum lugar e ele negou, também chequei sua temperatura e estava tudo normal. Agora à tarde ele simplesmente correu para o banheiro e com uma tosse forte cuspiu um liquido transparente e se queixou de dor na garganta.' Expliquei rapidamente enquanto ela anotava em uma prancheta.
'Ok, pode se sentar aqui nessa sala, o Dr. Malcom virá em um instante.' Sorriu abrindo a porta de um cômodo branco típico de hospital. Concordei silenciosamente e me sentei na cadeira com Diego em meu colo.
'Ainda tá sentindo dor?' Perguntei checando novamente sua temperatura que continuava normal. Diego concordou balançando a cabeça e apontou a garganta. 'Fica tranqüilo, meu amor, o médico já vai cuidar de você!' Beijei sua cabeça e senti o celular vibrar em minha bolsa.
'Já tô aqui! Aonde você tá?' Sophia nem esperou eu dizer "alô".
'Tô na sala onde o médico vai olhar o Diego, me espera na recepção.' Falei baixo vendo o médico entrar na sala e Soph concordou, desligando rapidamente.
'Boa tarde.' O médico sorriu fechando a porta. 'Sou o Dr. Malcom, prazer.' Estendeu a mão e eu apertei gentilmente. 'Pode me dizer o que aconteceu com o rapazinho?' Olhou para Diego que estava com a cabeça encostada em meu ombro.
Resumi novamente o tinha acontecido durante a manhã e o inicio da tarde. Ele pediu que eu sentasse Diego na maca e fez os procedimentos básicos.
'Mãe.' Diego me chamou enquanto o médico anotava algumas coisas. 'Acho que quero vomitar de novo!' Falou baixo.
O médico se levantou indicando a porta do banheiro e eu corri até lá vendo Diego cuspir o mesmo liquido transparente. Depois de alguns instantes, lavei a boca dele e voltamos para a sala.
'Aparentemente o vômito está sendo provocado devido ao esforço da tosse que está um pouco forte. Vou pedir que ele faça alguns exames e fique algum tempo em observação depois de tomar as medicações.' Falou discando alguns numero no telefone e falando rapidamente com alguma enfermeira.
Minutos depois a mesma enfermeira de antes apareceu na sala.
'A Jady vai acompanhar vocês até o local onde os exames serão feitos e depois para a sala de observação. Mais tarde passarei lá para ver se está tudo bem. Acredito que no final da tarde ele estará liberado.' Sorriu gentilmente estendendo a mão. Agradeci e saí da sala logo atrás da enfermeira.
'Não adianta, só cai na caixa.' Falei irritada guardando o celular. Sophia segurou meu braço quando eu ia recomeçar a andar de um lado pro outro da sala.
'Calma, Lu. Ficar nervosa não vai adiantar de nada.' Falou tranquilamente. Respirei fundo e me sentei no pequeno sofá, observando Diego respirar calmamente.
Estávamos em uma das salas de observação do hospital. Diego já tinha feito alguns exames e fora medicado pela enfermeira que avisou que ele provavelmente dormiria por algum tempo e que quando acordasse o médico iria checar novamente como ele estava.
Nesse meio tempo, continuei tentando falar com Arthur, mas seu celular estava provavelmente sem bateria, quando Sophia conseguiu finalmente falar com Micael, ele disse que Arthur tinha saído do estúdio minutos antes.
Minha cabeça ainda doía e meu corpo já dava sinais de cansaço, encostei minha cabeça no braço do sofá e fechei os olhos tentando me acalmar. Lembrei que tinha um comprimido pra dor de cabeça na bolsa e me levantei pegando-o em meu pequeno estojo que continha alguma maquiagem e coisas básicas que mulheres insistem em levar na bolsa.
'Vou tomar o remédio, já volto.' Falei baixo para Sophia e ela concordou balançando a cabeça. Saí do quarto a procura de algum bebedouro e avistei um no final do corredor. Caminhei apressadamente até lá e tirei um copo de plástico que estava num tubo ao lado do bebedouro, junto com o copo que eu puxei, caíram pelo menos mais dez.
'Droga.' Resmunguei catando os copos do chão e colocando-os no final do tubo. Enchi o copo com água e tomei o remédio esperando que fizesse efeito, a dor de cabeça estava me matando. Voltei para o quarto e sentei no sofá em silêncio.
Duas batidas na porta despertaram minha atenção e a de Sophia. Micael botou a cabeça pra dentro do quarto sorrindo levemente quando nos viu.
'Tudo certo com ele?' Perguntou me dando um beijo na testa e depois dando um selinho em Sophia.
'Tudo bem.' Suspirei pesadamente observando Diego dormir tranquilamente. 'Alguma noticia do Arthur?' Perguntei o olhando e ele negou balançando a cabeça.
'Ia te perguntar a mesma coisa.' Sentou-se entre mim e Soph no sofá. 'Ele saiu do estúdio apressado, dizendo que tinha uma coisa importante pra fazer.' Deu de ombros.
Mordi meu lábio num ato de nervoso e me perguntei se existia alguma coisa mais importante que o filho dele.
'Pronto, agora você está liberado!' O Dr. Malcom sorriu para Diego depois de checar sua temperatura. 'Ele só precisa evitar fazer esforço, e evitar alimentos pesados. O xarope, como eu escrevi na receita, deve ser tomado de quatro em quarto horas, até a tosse cessar.' Falou me entregando o papel com a receita do remédio. Concordei sorrindo agradecida e peguei Diego no colo saindo do quarto sendo acompanhada por Sophia e Micael.
'Vamos?' Micael perguntou abraçando Sophia. Tínhamos combinado de irmos para a casa dele e dormirmos lá, por ser perto do hospital, sabia que era apenas uma precaução, mas preferi que fosse assim. Diego ia logo para o apartamento de Micael e eu iria passar na farmácia para comprar o remédio e depois passar em casa e pegar algumas roupas.
'A mamãe vai rápido e volta, tá bom?' Passei Diego para o colo de Sophia e ele concordou com a cabeça.
Fomos juntos até o estacionamento e nos separamos indo cada um para seu carro. Tentei novamente ligar no celular do Arthur, mas a voz da mulher perguntando se eu queria deixar algum recado na caixa de mensagens me deixava cada vez mais irritada.
Dirigi rapidamente até a farmácia que ficava próxima de casa e comprei o remédio que o médico tinha receitado para Diego, em menos de dez minutos estava estacionando o carro do outro lado da rua do prédio, nem ia me dar ao trabalho de entrar na garagem, queria ir logo para casa de Micael.
Soltei do carro prendendo minha bolsa na porta, tamanha era minha pressa. Se eu já era estabanada normalmente, com a pressa isso só piorava. Estava esperando o fluxo de carros diminuir para conseguir atravessar a rua, quando vi Arthur sair do prédio com uma loira ao seu lado. Apertei meus olhos tentando enxergar melhor e reconheci Jenny, a prima do Micael. Dei alguns passos pra trás ficando um pouco escondida atrás de um carro alto que estava estacionado e vi Arthur sorrir e abraçar Jenny, se despedindo dela. Logo depois ele abriu a porta do táxi e ela entrou mandando beijinhos no ar para ele. Quando o táxi se distanciou, Arthur passou a mão pelo cabelo sorrindo e entrou novamente no prédio.
Ela deve ser realmente mais importante que o próprio filho dele.
Pensei respirando fundo.
Atravessei a rua sem nenhum cuidado e entrei no prédio rapidamente sem nem cumprimentar o porteiro. Minha cabeça agora latejava e eu sentia a raiva ir tomando conta do meu corpo.
Abri a porta do apartamento a fechando com tamanha força que eu senti uma pontada em minha cabeça por causa do barulho. Joguei a bolsa no sofá ao mesmo tempo em que Arthur aparecia na sala.
'Hey!' Ele sorriu docemente se aproximando, mas eu levantei a mão me afastando dele que fez uma cara confusa.
'A Jenny?' Perguntei com a voz trêmula. Arthur abriu a boca para falar alguma coisa, mas eu o interrompi. 'Logo a Jenny?' Aumentei meu tom de voz.
'Lu, do que você...' Ele tentou falar, mas novamente eu o interrompi.
'Eu tô falando do que eu acabei de ver! Sorrisinhos e abraços com a Jenny!' Praticamente cuspi o nome dela. 'Onde tá a droga do seu celular? Onde você esteve o dia inteiro enquanto o SEU filho estava no hospital?' Gritei perdendo toda a paciência.
'O que aconteceu com o Diego? Ele tá no hospital?' O rosto de Arthur se tornou preocupado e ele se aproximou de mim.
'Estava!! Eu passei a tarde inteira lá com ele, enquanto tentava te ligar loucamente e a porra do seu celular só caia na caixa!!' Botei a mão na testa sentindo que minha cabeça podia explodir a qualquer momento.
'Acabou a bateria no meio do ensaio, lá no estúdio!' Ele se explicou.
'E onde você estava o resto do dia? O Micael saiu do estúdio e foi lá pro hospital, ele disse que você tinha saído cedo!' Falei sentindo minha voz falhar. 'Veio se encontrar com a Jenny?' O olhei séria e ele balançou a cabeça.
'Claro que não, Lua! Que droga é essa agora? Você acha que eu estava te traindo com a Jenny?' Ele arqueou a sobrancelha e eu ri sem emoção.
'Se você próprio chegou a essa conclusão, acho que não é tão improvável!' Cruzei os braços.
'Cara, você às vezes é tão absurda que parece que não consegue ouvir o que tá falando!' Ele balançou a cabeça incrédulo.
'Eu não acho tão absurdo assim! Não é você que acha a Jenny gostosona?'
'E desde quando achar outra mulher gostosa é sinônimo de trair a namorada?' Ele me olhou.
'Ah, me poupe, Arthur!' Falei sem paciência. 'Eu sei o que eu vi!'
'E eu sei o que eu fiz, ou melhor, o que eu não fiz! Você como sempre tira suas próprias conclusões e inventa suas próprias versões para qualquer cena que veja!' Ele sentou no sofá passando a mão nervosamente pelo cabelo. 'Lu, eu não quero brigar com você. Por favor.' Ele pediu com a voz mais calma e baixa. Respirei fundo tentando me acalmar, mas a visão de Jenny no meu apartamento me deixava irritada, e minha cabeça que doía ainda mais não permitia que eu ficasse tranqüila e nem raciocinasse direito.
'Pensasse nisso antes de trazer a Jenny para a NOSSA casa! O lugar que a gente divide, Arthur! O lugar em que a gente construiu uma vida juntos!' Gritei sentindo as lágrimas chegarem até meus olhos.
'Lua, pela ultima vez; eu não traí você, droga!' Ele gritou se levantando novamente.
'Então me diz, Arthur! Me diz porque você trouxe ela aqui.' Pedi controlando minha voz.
Arthur olhou no fundo dos meus olhos e abriu a boca para falar alguma coisa, mas não emitiu som algum. Seu olhar desviou até a janela e ele respirou fundo passando a mão no rosto. A primeira lágrima desceu solitária por minha bochecha.
'Eu sabia!' Falei baixo sentindo meu coração apertar. 'Mas que droga, Arthur! PORQUE AQUI EM CASA?' Gritei sentindo minha garganta doer.
'PÁRA DE TIRAR SUAS CONCLUSÕES APRESSADAS!' Ele gritou de volta.
'E agora a culpa é minha?' Ri sarcasticamente.
'Claro que é!' Arthur me encarou.
'Ah, claro! Pra você a errada sou sempre eu, Arthur! SEMPRE! Você é o certinho, o bonzinho!' Andei pela sala sem conseguir me manter parada em um lugar. 'Eu cansei da suas burradas, Arthur!'
'Não fale besteiras, Lua! Você sabe mais do que ninguém que eu tentei salvar essa relação todas as vezes que eu pude, mas você é sempre tão absurdamente insegura que torna isso quase impossível! Tantas e tantas vezes eu te vi chorando pelos cantos e me senti culpado, quando na verdade eu não era!'
'Eu não sou insegura, Arthur!' Falei alto, provavelmente tentando convencer a mim mesma.
'Ah, não?' Ele me olhou arqueado a sobrancelha. 'E esse ataque aqui é o quê?'
'Raiva, Arthur! Muita raiva!!' Desviei seu olhar sentindo as lágrimas incomodarem meus olhos, mas evitando que elas caíssem. 'Raiva por você sempre fingir que não tá acontecendo nada, por você nunca ter amadurecido o bastante pra encarar tudo o que já aconteceu entre a gente, raiva por tudo, Arthur! E essa raiva só aumenta cada vez que eu olho pra você e não consigo entender suas atitudes!' Fechei os olhos.
'Me diz o que você não consegue entender que eu te explico, droga!' Ele falou alto e eu balancei a cabeça engolindo o choro. 'E porque porra a gente tá tendo essa briga de novo?' Arthur perguntou me fazendo abrir os olhos rapidamente. Senti minha respiração ficar mais pesada quando a lembrança da nossa briga antes do acidente veio em minha mente.
Eu ia perguntar como ele se lembrava daquilo, mas seu rosto estava tão confuso quanto o meu.
Corri até o quarto e fechei a porta escorregando por ela até sentar no chão.
Observei o quarto vazio e o silêncio que chegava a ser assustador. A frase de Arthur ainda ecoava em minha cabeça, me fazendo lembrar de algumas cenas que aconteceram antes do acidente. Eu não sabia se ele tinha lembrado de tudo, ou apenas da nossa briga. Eu só precisava sair daquele apartamento, todas as lembranças invadindo minha mente, e a possibilidade de Jenny ter entrado naquele quarto me sufocavam.
Me levantei limpando as lágrimas e caminhei até o armário pegando uma mala de mão que estava guardada no fundo. Meu coração apertou só de pensar no que eu estava fazendo, mas eu precisava de um tempo. Um tempo só pra mim.
Ouvi o barulho de alguma coisa vindo da sala e deduzi que Arthur tinha jogado alguma coisa contra a parede que se espatifou no chão. Ele não tinha direito de se fazer de vitima, a única vitima ali era eu. Eu que passei à tarde em um hospital preocupada com meu filho, eu que tentei de todas as formas algum contato com ele durante todo o dia e não consegui.
Fui colocando as roupas de qualquer jeito dentro da mala, eu não queria ter tempo para parar e pensar no que eu estava fazendo. Fechei a mala indo até o banheiro e pegando alguns objetos essenciais e os coloquei no bolso da frente. Saí do quarto indo até o de Diego e fiz a mesma coisa com algumas roupas dele, colocando-as dentro da mochila de viagem dele.
Coloquei a pequena mochila de Diego no ombro e passei no meu quarto apenas para pegar minha mala. Carreguei as duas com um pouco de dificuldade até a sala.
Arthur estava parado de frente para a janela com as mãos no bolso e a cabeça baixa. A única coisa que eu desejava era que ele me dissesse a verdade a me fizesse mudar de idéia. Era só o que eu precisava.
Mas ele não o fez.
E a única coisa que eu consegui fazer foi segurar meu choro e abrir a porta do apartamento.
'Se você sair desse apartamento agora...' A voz de Arthur fez meu coração acelerar. O olhei ainda segurando a maçaneta da porta. 'Não precisa se dar ao trabalho de voltar.' Ele falou com a voz quebrando no final. Despedaçando igual ao meu coração.
Tive que lembrar como respirar para conseguir me manter firme.
Arthur não se virou, e nem falou mais nada. Eu também não ia olhar pra trás.
'Eu não vou.' Falei tão baixo que tive certeza que ele não ouviu.
Abri a porta e saí do apartamento.
My darling... Who knew
Q triste : /
ResponderExcluirAHHH pOSTA maisss
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